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18 de Novembro  de  2011 | 14h30
Mara Bicas

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Título
Movimentos sociais e outras concepções de educação na América Latina: o caso do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

Mara Bicas
Doutoranda do Centro de Estudos Sociais e da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, mestre em Psicologia Comunitária pelo Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA – Instituto Universitário), pós-graduada em Gestão da Diversidade e Comunidades de Prática pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa) e licenciada em Serviço Social. Actualmente os seus interesses de investigação situam-se em torno dos processos de democratização e democracia radical, teoria pós-colonial, movimento indígena, interculturalidade e conscientização.  


Resumo
Vivemos um momento em que o cenário contemporâneo revela uma agudização das contradições e desigualdades numa civilização marcada pelo capital, onde os grupos sociais mais desfavorecidos têm sido condenados a circunstâncias de isolamento e enfraquecimento dos seus laços e redes de inserção social. A presente conferência centra-se na análise do potencial emancipatório de conhecimentos e práticas de grupos e movimentos sociais que estão a emergir no “sul” e que têm estado ausentes da racionalidade das ciências sociais hegemónicas. O objectivo é compreender em que medida as suas propostas contra-hegemónicas oferecem oportunidades para um engajamento crítico dos/as cidadãos/ãs em lutas pedagógicas que promovem condições de reinvenção da emancipação social e das democracias que vigoram, identificando qual o papel dos processos educativos na promoção de uma participação activa e uma cidadania global. Para isso, a apresentação baseia-se num trabalho de investigação realizado no âmbito do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), no nordeste pernambucano (Brasil).
A conferência pretende aclarar em que medida a “Educação do Campo”, promovida pelo MST, é promotora de uma “outra educação” que diverge daquela que é proposta pela modernidade ocidental. Através de um contexto e metodologias educacionais específicas, o MST, reinventa e reinterpreta a noção de educação tal como a conhecemos no “norte” global, buscando desta forma caminhos para a transformação social. Neste contexto, a luta pela reforma agrária emerge como luta contra as formas de opressão impulsionando-os a desenvolver uma consciência crítica acerca da correlação de forças existente e diversas leituras da realidade, sendo a educação um eixo central de toda a resistência. Desta forma, a conferência privilegiará a discussão das lutas do MST em prol de uma educação contra-hegemónica, crítica do capitalismo moderno e promotora de um entendimento alternativo de meio ambiente.  

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